Para entendermos melhor o estudo e as discussões referentes ao clima, necessitamos saber algumas respostas para as perguntas abaixo:
O tempo e o clima são conceitos usados em Meteorologia para se entender o comportamento da atmosfera em diferentes "intervalos de tempo". O tempo em uma determinada região do planeta pode ser considerado como a soma da ação de diversas variáveis atmosféricas (por exemplo: chuva, sol e vento) num limitado e curto período de tempo, já o clima (da referida região) seria o comportamento médio da atmosfera por um longo período de tempo: meses ou anos.
A mais "clara" presença do clima em nossas vidas é o ciclo anual das estações: primavera, verão, outono e inverno. Este ciclo é determinado pela posição da Terra (relativa aos outros planetas) no sistema solar. Assim, se não moramos na região equatorial, podemos não saber como será o tempo no próximo inverno, mas sabemos com certeza que será mais frio que neste verão. Na região equatorial a temperatura varia muito pouco ao longo do ano.
Entretanto, todos sabemos que as estações diferem de um ano para outro e também entre as diversas regiões do planeta. Assim, o verão deste ano, não é igual aos anteriores, nem será igual aos que virão, pois existem certos fenômenos climáticos, dentre os quais os mais conhecidos atualmente são o El Niño e o La Niña, que produzem esta variação das estações de ano para ano. Também, o fato de ser verão no Oeste da Austrália ou no Sul do Brasil, regiões que se localizam aproximadamente no mesmo intervalo de latitude, não significa que estes locais experimentem os mesmos valores de temperatura e/ou chuva, pois existem condições locais (presença de lagos, rios, montanhas, etc; tipo de cobertura vegetal e relevo; condição média dos ventos e presença ou não dos oceanos) que são diferentes.
O fenômeno El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial Central e Oriental (desde a costa oeste da Américo do Sul). O aquecimento e o subseqüente resfriamento num episódio típico de El Niño dura de 12 a 18 meses, tendo início no começo do primeiro ano, atingindo sua máxima intensidade durante Dezembro - Janeiro e terminando na metade do segundo ano. Não existe um ciclo bem definido para a configuração do El Niño. Em geral, entre 2 e 7 anos há um episódio. Em seu estágio maduro, as águas quentes ocupam uma região estreita e comprida próxima do equador que se estende desde a costa do Peru até por volta de 180º de longitude. Esse aumento da temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial provoca mudanças na circulação da atmosfera, o que induz a padrões meteorológicos e climáticos anômalos.
"El Niño-Oscilação Sul" é um termo técnico usado para ser chamado o El Niño. Historicamente, El Niño refere-se ao aquecimento superficial do Oceano Pacifico Equatorial Central e Oriental. Oscilação Sul é uma medida da intensidade dos centros de pressão atmosférica à superfície entre o Pacífico Ocidental e o Pacífico Oriental, mais especificamente entre Darwin (Austrália) e Taiti. O indicador atmosférico que mede a diferença de pressão entre Darwin e Taiti é chamado de Índice de Oscilação Sul (IOS). O IOS apresenta valores negativos em anos de El Niño e positivos em anos de La Niña (vide texto sobre La Niña). El Niño e Oscilação Sul são partes de um mesmo fenômeno de interação entre o Oceano Pacífico Tropical e a atmosfera. Essa interação pode ser chamada de El Niño-Oscilação Sul (ENOS ou ENSO).
O fenômeno La Niña, ou episódio frio do Oceano Pacífico, é o resfriamento anômalo das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental. As águas mais frias estendem-se por uma estreita faixa, com largura de cerca de 10º de latitude ao longo do equador, desde a costa Peruana, até aproximadamente 180º de longitude no Pacífico Central. De modo geral, pode-se dizer que La Niña é o oposto do El Niño, todavia os efeitos não são exatamente os opostos. Assim como o El Niño, La Niña também pode variar em intensidade. Outros nomes como episódio frio, "El Viejo" ou "anti-El Niño" também foram usados para se referir a este resfriamento, mas o termo La Niña ganhou mais popularidade. Em geral, o episódio começa a se desenvolver em meados de um ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano e dissipa-se em meados do ano seguinte, durando de 10 e 15 meses. Assim como o El Niño, também não tem um ciclo bem definido, podendo ocorrer um episódio num intervalo entre 2 e 7 anos.
5- O QUE É PREVISÃO CLIMÁTICA?
Previsão climática é uma estimativa do comportamento médio da atmosfera com alguns meses de antecedência. Por exemplo, pode-se prever se o próximo verão será mais quente ou mais frio que o normal, ou ainda, mais ou menos chuvoso. Todavia, tal estimativa não pode dizer exatamente qual será a quantidade de chuvas ou quantos graus a temperatura estará mais ou menos elevada.
Atualmente existem dois métodos que os meteorologistas utilizam para se fazer previsões climáticas.
a) método estatístico: utiliza equações matemáticas e conceitos de estatística para a realização da previsão;
b) método dinâmico: utiliza equações matemáticas e conceitos físicos para a realização da previsão
As previsões climáticas, não só no Brasil como em todo o mundo, ainda se encontram em caráter experimental, isto é, ainda estão em constante evolução e pesquisas estão sendo feitas para torná-las cada vez mais confiáveis.
Um conceito simples de Efeito Estufa é o aquecimento global da parte mais baixa da atmosfera da Terra, devido principalmente à presença de dióxido de carbono e vapor de água, que permitem que os raios do Sol aqueçam a Terra, mas impedem que parte desse aquecimento retorne para o espaço. As nuvens agem como uma estufa concorrendo para manter mais elevada a temperatura à superfície. Por isso as noites de céu claro são em geral mais frias do que as noites nubladas.
Tornado pode ser definido de maneira geral com sendo um fenômeno natural no qual uma coluna de ar gira violentamente entre uma nuvem convectiva e a superfície da Terra. É a mais destrutiva de todas as tempestades na escala de classificação dos fenômenos atmosféricos. Pode ocorrer em qualquer parte do mundo, desde que existam condições favoráveis, entretanto observa-se com uma maior freqüência nos Estados Unidos numa área confinada entre as Montanhas Rochosas (a oeste) e os Montes Apalaches (a leste).
8- O QUE ENTENDEMOS POR MUDANÇAS CLIMÁTICAS?
Embora o clima tenha sempre variado de modo natural, resultados de pesquisa e simulações sofisticadas vêm evidenciando de que as emissões excessivas de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) podem provocar mudança permanente e irreversível no clima, imprimindo novos padrões no regime de vento, temperatura, chuva e circulação dos oceanos. Já existem indícios de ocorrência de temperaturas médias mais elevadas, assim como o aumento na sua oscilação. A velocidade e a intensidade observadas no aumento da temperatura nesse período são incompatíveis com os tempos necessários à adaptação natural dos ecossistemas
Desde a década de 1980, evidências científicas sobre a possibilidade de mudança do clima mundial vêm despertando um interesse crescente no público e na comunidade científica em geral. Em 1988, duas agências das Nações Unidas (O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM)] estabeleceram o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês).
Segundo o IPCC, o aumento nas concentrações de gases de efeito estufa (dióxido de carbono, vapor d'água, nitrogênio, oxigênio, monóxido de carbono, metano, óxido nitroso, óxido nítrico e ozônio, entre outros) tende a reduzir a eficiência com que a Terra se resfria.
O aquecimento total depende da relação entre a magnitude do aumento da concentração de cada gás associado ao efeito estufa, de suas propriedades radiativas e de suas concentrações já presentes na atmosfera. Alguns dos principais efeitos adversos sinalizados e já percebidos nos dias atuais são: (a) aumento no nível do mar, (b) alteração no suprimento de água doce, (c) tempestades de chuva e neve fortes e mais freqüentes e (e) forte e rápido ressecamento do solo devido a períodos secos mais intensos. Dados obtidos em amostras de árvores, corais, geleiras e outros métodos indiretos sugerem que as atuais temperaturas da superfície da Terra estão mais altas do que em qualquer época dos últimos 600 anos. A partir de dados disponíveis até 1990 e da tendência de emissões nos níveis atuais, sem a implementação de políticas específicas para a redução de emissões, a projeção do IPCC é de que o aumento da temperatura média na superfície terrestre seja entre 1 a 3,5o C no decorrer dos próximos 100 anos, enquanto que o aumento observado no século XIX foi entre 0,3 e 0,6oC. O aquecimento pode variar por região, sendo acompanhado por mudanças na precipitação que podem incluir incrementos ou reduções em diferentes regiões, e também mudanças na variabilidade do clima e na freqüência e intensidade de eventos extremos de clima. Exemplos dos impactos dessas mudanças climáticas são: aumento na freqüência de ondas de calor e diminuição da freqüência de ondas de frio; incremento na freqüência de eventos de chuva intensa que podem favorecer enchentes; secas de verão mais intensas; incremento de ciclones tropicais e variações na freqüência e intensidade de eventos tipo el nino.
Os anos da década de 1990 foram os mais quentes do período de registro desde 1860. Os anos mais quentes do período foram 1997 e 1998, com um aquecimento de 0,57°C maior que a média de 1961-90. Os 7 anos mais quentes da Terra ocorreram na década de 1990, e são (em ordem descendente): 1998, 1997, 1995, 1990, 1999, 1991 e 1994. Análises de indicadores climáticos dos últimos 400 anos (anéis de árvores, mostras de gelo de geleiras, crônicas históricas) mostram que os anos da década de 1990 foram os mais quentes do milênio e que o século XX foi o mais quente. O ano mais quente do milênio foi 1998 e o mais frio provavelmente foi, 1601.
Bibliografia
- Apostilas preparadas pelo docente Robson Fernandes Filgueira para a disciplina de Fundamentos de Climatologia, 2003.
- Acessos:http://www.comciencia.br/ e webmaster@cptec.inpe.br
Por Mauro Marciel....
bom
ResponderExcluirdemais para
estudar