segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O CLIMA

Para entendermos melhor o estudo e as discussões referentes ao clima, necessitamos saber algumas respostas para as perguntas abaixo:

1- O QUE É CLIMA?

O tempo e o clima são conceitos usados em Meteorologia para se entender o comportamento da atmosfera em diferentes "intervalos de tempo". O tempo em uma determinada região do planeta pode ser considerado como a soma da ação de diversas variáveis atmosféricas (por exemplo: chuva, sol e vento) num limitado e curto período de tempo, já o clima (da referida região) seria o comportamento médio da atmosfera por um longo período de tempo: meses ou anos.
A mais "clara" presença do clima em nossas vidas é o ciclo anual das estações: primavera, verão, outono e inverno. Este ciclo é determinado pela posição da Terra (relativa aos outros planetas) no sistema solar. Assim, se não moramos na região equatorial, podemos não saber como será o tempo no próximo inverno, mas sabemos com certeza que será mais frio que neste verão. Na região equatorial a temperatura varia muito pouco ao longo do ano.
Entretanto, todos sabemos que as estações diferem de um ano para outro e também entre as diversas regiões do planeta. Assim, o verão deste ano, não é igual aos anteriores, nem será igual aos que virão, pois existem certos fenômenos climáticos, dentre os quais os mais conhecidos atualmente são o El Niño e o La Niña, que produzem esta variação das estações de ano para ano. Também, o fato de ser verão no Oeste da Austrália ou no Sul do Brasil, regiões que se localizam aproximadamente no mesmo intervalo de latitude, não significa que estes locais experimentem os mesmos valores de temperatura e/ou chuva, pois existem condições locais (presença de lagos, rios, montanhas, etc; tipo de cobertura vegetal e relevo; condição média dos ventos e presença ou não dos oceanos) que são diferentes.

2- O QUE É EL NIÑO?

O fenômeno El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial Central e Oriental (desde a costa oeste da Américo do Sul). O aquecimento e o subseqüente resfriamento num episódio típico de El Niño dura de 12 a 18 meses, tendo início no começo do primeiro ano, atingindo sua máxima intensidade durante Dezembro - Janeiro e terminando na metade do segundo ano. Não existe um ciclo bem definido para a configuração do El Niño. Em geral, entre 2 e 7 anos há um episódio. Em seu estágio maduro, as águas quentes ocupam uma região estreita e comprida próxima do equador que se estende desde a costa do Peru até por volta de 180º de longitude. Esse aumento da temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial provoca mudanças na circulação da atmosfera, o que induz a padrões meteorológicos e climáticos anômalos.

3- QUE É ENSO?

"El Niño-Oscilação Sul" é um termo técnico usado para ser chamado o El Niño. Historicamente, El Niño refere-se ao aquecimento superficial do Oceano Pacifico Equatorial Central e Oriental. Oscilação Sul é uma medida da intensidade dos centros de pressão atmosférica à superfície entre o Pacífico Ocidental e o Pacífico Oriental, mais especificamente entre Darwin (Austrália) e Taiti. O indicador atmosférico que mede a diferença de pressão entre Darwin e Taiti é chamado de Índice de Oscilação Sul (IOS). O IOS apresenta valores negativos em anos de El Niño e positivos em anos de La Niña (vide texto sobre La Niña). El Niño e Oscilação Sul são partes de um mesmo fenômeno de interação entre o Oceano Pacífico Tropical e a atmosfera. Essa interação pode ser chamada de El Niño-Oscilação Sul (ENOS ou ENSO).

4- O QUE É LA NIÑA?

O fenômeno La Niña, ou episódio frio do Oceano Pacífico, é o resfriamento anômalo das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental. As águas mais frias estendem-se por uma estreita faixa, com largura de cerca de 10º de latitude ao longo do equador, desde a costa Peruana, até aproximadamente 180º de longitude no Pacífico Central. De modo geral, pode-se dizer que La Niña é o oposto do El Niño, todavia os efeitos não são exatamente os opostos. Assim como o El Niño, La Niña também pode variar em intensidade. Outros nomes como episódio frio, "El Viejo" ou "anti-El Niño" também foram usados para se referir a este resfriamento, mas o termo La Niña ganhou mais popularidade. Em geral, o episódio começa a se desenvolver em meados de um ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano e dissipa-se em meados do ano seguinte, durando de 10 e 15 meses. Assim como o El Niño, também não tem um ciclo bem definido, podendo ocorrer um episódio num intervalo entre 2 e 7 anos.

5- O QUE É PREVISÃO CLIMÁTICA?

Previsão climática é uma estimativa do comportamento médio da atmosfera com alguns meses de antecedência. Por exemplo, pode-se prever se o próximo verão será mais quente ou mais frio que o normal, ou ainda, mais ou menos chuvoso. Todavia, tal estimativa não pode dizer exatamente qual será a quantidade de chuvas ou quantos graus a temperatura estará mais ou menos elevada.
Atualmente existem dois métodos que os meteorologistas utilizam para se fazer previsões climáticas.

a) método estatístico: utiliza equações matemáticas e conceitos de estatística para a realização da previsão;

b) método dinâmico: utiliza equações matemáticas e conceitos físicos para a realização da previsão

As previsões climáticas, não só no Brasil como em todo o mundo, ainda se encontram em caráter experimental, isto é, ainda estão em constante evolução e pesquisas estão sendo feitas para torná-las cada vez mais confiáveis.

6- O QUE É EFEITO ESTUFA?

Um conceito simples de Efeito Estufa é o aquecimento global da parte mais baixa da atmosfera da Terra, devido principalmente à presença de dióxido de carbono e vapor de água, que permitem que os raios do Sol aqueçam a Terra, mas impedem que parte desse aquecimento retorne para o espaço. As nuvens agem como uma estufa concorrendo para manter mais elevada a temperatura à superfície. Por isso as noites de céu claro são em geral mais frias do que as noites nubladas.

7- O QUE É TORNADO?

Tornado pode ser definido de maneira geral com sendo um fenômeno natural no qual uma coluna de ar gira violentamente entre uma nuvem convectiva e a superfície da Terra. É a mais destrutiva de todas as tempestades na escala de classificação dos fenômenos atmosféricos. Pode ocorrer em qualquer parte do mundo, desde que existam condições favoráveis, entretanto observa-se com uma maior freqüência nos Estados Unidos numa área confinada entre as Montanhas Rochosas (a oeste) e os Montes Apalaches (a leste).

8- O QUE ENTENDEMOS POR MUDANÇAS CLIMÁTICAS?

Embora o clima tenha sempre variado de modo natural, resultados de pesquisa e simulações sofisticadas vêm evidenciando de que as emissões excessivas de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) podem provocar mudança permanente e irreversível no clima, imprimindo novos padrões no regime de vento, temperatura, chuva e circulação dos oceanos. Já existem indícios de ocorrência de temperaturas médias mais elevadas, assim como o aumento na sua oscilação. A velocidade e a intensidade observadas no aumento da temperatura nesse período são incompatíveis com os tempos necessários à adaptação natural dos ecossistemas
Desde a década de 1980, evidências científicas sobre a possibilidade de mudança do clima mundial vêm despertando um interesse crescente no público e na comunidade científica em geral. Em 1988, duas agências das Nações Unidas (O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM)] estabeleceram o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês).
Segundo o IPCC, o aumento nas concentrações de gases de efeito estufa (dióxido de carbono, vapor d'água, nitrogênio, oxigênio, monóxido de carbono, metano, óxido nitroso, óxido nítrico e ozônio, entre outros) tende a reduzir a eficiência com que a Terra se resfria.
O aquecimento total depende da relação entre a magnitude do aumento da concentração de cada gás associado ao efeito estufa, de suas propriedades radiativas e de suas concentrações já presentes na atmosfera. Alguns dos principais efeitos adversos sinalizados e já percebidos nos dias atuais são: (a) aumento no nível do mar, (b) alteração no suprimento de água doce, (c) tempestades de chuva e neve fortes e mais freqüentes e (e) forte e rápido ressecamento do solo devido a períodos secos mais intensos. Dados obtidos em amostras de árvores, corais, geleiras e outros métodos indiretos sugerem que as atuais temperaturas da superfície da Terra estão mais altas do que em qualquer época dos últimos 600 anos. A partir de dados disponíveis até 1990 e da tendência de emissões nos níveis atuais, sem a implementação de políticas específicas para a redução de emissões, a projeção do IPCC é de que o aumento da temperatura média na superfície terrestre seja entre 1 a 3,5o C no decorrer dos próximos 100 anos, enquanto que o aumento observado no século XIX foi entre 0,3 e 0,6oC. O aquecimento pode variar por região, sendo acompanhado por mudanças na precipitação que podem incluir incrementos ou reduções em diferentes regiões, e também mudanças na variabilidade do clima e na freqüência e intensidade de eventos extremos de clima. Exemplos dos impactos dessas mudanças climáticas são: aumento na freqüência de ondas de calor e diminuição da freqüência de ondas de frio; incremento na freqüência de eventos de chuva intensa que podem favorecer enchentes; secas de verão mais intensas; incremento de ciclones tropicais e variações na freqüência e intensidade de eventos tipo el nino.
Os anos da década de 1990 foram os mais quentes do período de registro desde 1860. Os anos mais quentes do período foram 1997 e 1998, com um aquecimento de 0,57°C maior que a média de 1961-90. Os 7 anos mais quentes da Terra ocorreram na década de 1990, e são (em ordem descendente): 1998, 1997, 1995, 1990, 1999, 1991 e 1994. Análises de indicadores climáticos dos últimos 400 anos (anéis de árvores, mostras de gelo de geleiras, crônicas históricas) mostram que os anos da década de 1990 foram os mais quentes do milênio e que o século XX foi o mais quente. O ano mais quente do milênio foi 1998 e o mais frio provavelmente foi, 1601.

Bibliografia

- Apostilas preparadas pelo docente Robson Fernandes Filgueira para a disciplina de Fundamentos de Climatologia, 2003.

- Acessos:http://www.comciencia.br/ e webmaster@cptec.inpe.br

Por Mauro Marciel....

O CONCEITO DE REGIÃO DENTRO DAS CONCEPÇÕES GEOGRÁFICAS

Dentro das discussões geográficas o conceito de Região sempre foi colocado em pauta, pois existem muitas controvérsias sobre este termo. Para que esta discussão possa ter fundamento é preciso que estejamos por dentro dos diversos contextos e significações que o termo ao qual discutiremos tem historicamente dentro da política, da economia e da cultura como um todo.
A palavra Região deriva do latim regere, palavra composta pelo radical reg, que deu origem a outras palavras como: regente, regência, regra etc. No Império Romano, este termo era designado para indicar áreas que mesmo pertencentes a uma administração, estavam subordinadas as regras e a hegemonia de Roma, ou seja, estava sujeita a ordens superiores. Na linguagem cotidiana, ou seja, a do senso comum, a noção de região parece existir relacionada a dois princípios fundamentais: o de localização e o de extensão.
A região tem também um sentido bastante conhecido como unidade administrativa, sendo por meio da divisão regional de um espaço, que é exercido a hierarquia e um controle por parte do grupo administrativo do estado. Na Idade Media as divisões administrativas foram as primeiras formas de divisão territoriais presentes nos mapas da época. Na Geografia, o uso desta noção de Região é um pouco mais complexa, pois ao tentarmos fazer dela um conceito científico, herdamos as indefinições e a força de seu uso na linguagem comum e uma das alternativas encontradas pelos geógrafos foi a de adjetivar a noção de região para assim diferenciá – la de seu uso pelo senso comum.
Fruto de todas estas discussões nasce o conceito de Região Natural e Região Geográfica, posteriormente defendidas por pensadores e escolas com visões diferenciadas; criando assim denominações como: Determinismo e Possibilismo, como também de diversas correntes de pensamento que tentam dar um significado para o que se denomina de região.
a) Geografia Tradicional – fundamentada no Positivismo Clássico, apresenta empirismo exacerbado com forte carga naturalista; limitando - se a descrição dos fenômenos e não ao seu questionamento; defende a neutralidade do pensamento. Apresenta visão fragmentada do saber e discute a relação homem-natureza não considerando as relações sociais e as contradições que delas resultam.
b) Determinismo Geográfico (Escola Alemã) - considera que o meio natural exerce ação dominadora sobre o homem, colocando-o como ser passivo perante a natureza, ou seja, o homem é um produto do meio em que vive. Justifica a expansão territorial - teoria do espaço vital – Frederico Ratzel. A natureza influencia diretamente na riqueza ou no empobrecimento de uma sociedade.
c) Possibilismo (Escola Francesa) - considera que o homem é um elemento ativo no meio natural podendo modifica-lo, adaptando-o as suas necessidades - o homem modifica o meio. Desmascara o expansionismo alemão. Apresenta um tom mais liberal. O objetivo maior da geografia é o estudo regional – Vidal de La Blache. A superação da pobreza ocorre a partir do contato com a civilização. Fundamenta-se no provérbio popular de que o meio ambiente propõe e o homem dispõe. A região natural não pode ser o quadro e o fundamento da geografia, pois o ambiente não é capaz de explicar tudo.
d) Geografia Crítica – critica a geografia tradicional e propõe uma geografia baseada nos ensinamentos marxistas e no método dialético. Surge a partir dos anos 60. O centro da preocupação passa a ser as relações sociedade-trabalho-natureza na produção do espaço geográfico. Está centrada nas relações de trabalho, nas explicações econômicas, na denúncia das injustiças sociais e na politização do discurso geográfico em defesa da transformação da realidade social. Não considera a dimensão subjetiva e afetiva das relações sociais, ou seja, as explicações mais plurais.
Hoje já está se falando em uma nova forma de ver os questionamentos geográficos, a partir de uma geografia mais voltada para a amenização e discussão dos problemas que mais afligem a sociedade; tendo uma marca que a diferencia da Geografia Crítica; levando em conta as dimensões afetivas e subjetivas das relações sociais com o meio ambiente e como o próprio homem, instrumento importante nesta relação, chamada por alguns teóricos de Geografia Humanista.
Portanto, através deste breve relato podemos perceber que a discussões sobre região dentro da geografia não é uma coisa recente, isto já vem vêm sendo feito e aprofundado deste muito tempo atrás e que cabe a nós geógrafos, buscar discutir e compreender todas as discussões e ensinamentos sobre a região, já que ela é o foco de estudo do pensamento geográfico. Enquanto não nos dispormos a fazer estas reflexões, estaremos deixando de lado todo o objetivo ao qual nos propomos ao entrar na academia para aprofundar ainda mais os nossos conhecimentos e concepções sobre as temáticas geográficas.

Por Mauro Marciel....

domingo, 26 de setembro de 2010

Tema proibido

O preconceito contra a homossexualidade permanece. E como preconceito se combate com a educação, não há como a escola se esquivar-se mais

A escola, tradicionalmente, sempre deu as costas à sexualidade. Nas aulas de Biologia, o conteúdo sobre a anatomia e o funcionamento do aparelho reprodutor era e ainda é oferecido aos alunos de modo mecanicista e absolutamente desvinculado da sexualidade e de seu contexto sociocultural.

Acontece que, nessa mesma escola, há alunos, há professores, há um grande contingente de pessoas que trabalham nas mais diferentes áreas, que se relacionam e que passam várias horas do dia lá e, portanto, a sexualidade se faz presente, quer a escola queira, quer não. Ela faz barulho, ela se faz visível, ela incomoda e, mesmo assim, muitas escolas preferiam fazer silêncio a respeito. Mas nunca conseguiu.

Toda escola tem princípios ou regras – estas em número muito maior – que, de modo direto ou indireto, envolvem a sexualidade. O tipo de roupa que a escola aceita ou veta, as permissões ou as proibições a respeito do relacionamento físico entre alunos e seus pares, alunos e professores e professores e seus pares, por exemplo, retratam uma concepção de sexualidade que a escola aceita, tolera ou repudia. Isso significa, portanto, que, no chamado currículo oculto escolar, a sexualidade está presente inclusive na forma educativa – ou melhor, deseducativa.

Entretanto, a partir de 1998, com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que colocam a sexualidade como um tema transversal, esta passou a fazer parte do conhecimento que, necessariamente, a escola precisa reconhecer e trabalhar.

Sabemos, porém, que na prática pouca coisa mudou desde então, de modo geral. Mais do que esse documento oficial, foi e é principalmente o corpo discente o maior responsável pela invasão da escola pela sexualidade.

Crianças e jovens, hiperexcitados por uma sociedade que quase tudo erotiza, trazem para dentro da escola músicas cujas letras e coreografias tratam o sexo de modo grosseiro, um vestuário sedutor e, principalmente, um linguajar e um comportamento que remetem diretamente à sexualidade.

Paralelamente, o mundo foi se transformando para aceitar a diversidade em todos os setores, inclusive na sexualidade, e, desse modo, a homossexualidade deixou de ser considerada um comportamento desviante e passou inicialmente a ser tolerada e progressivamente a ser aceita, não sem relutância ou resistências, é bom ressaltar.

E a escola, um pequeno retrato da sociedade, teve de passar a encarar o tema mesmo sem querer, mesmo sem saber como. É que é no espaço escolar que os adolescentes vivem boa parte de seu tempo no encontro com seus pares e é nesse momento da vida que a sexualidade deles explode, floresce. E claro que, com a maior aceitação social da diversidade sexual, muitos jovens que descobrem que sua orientação é homoerótica não se “trancam no armário”.

O preconceito contra a homossexualidade, apesar das mudanças sociais em curso, permanece. Ele se expressa ora de forma hostil, agressiva e violenta, ora de modo velado e modificado. E como preconceito se combate com a educação, não há como a escola se esquivar mais: ela precisa honrar seu papel social, cultural e de vocação humanista.

Agora, mais do que em qualquer outro tempo, a escola precisa levar a sério a sexualidade como tema transversal. Isso significa reconhecer que o assunto faz e deve fazer parte de seu currículo e, sempre pelo viés do conhecimento sistematizado já construído, deve ser planejado e contemplado com todo o alunado.

E não se trata de reproduzir, como tem sido feito com raras exceções, ideias cristalizadas, estereotipadas e preconceituosas a respeito do tema em geral e, especificamente, da homossexualidade. Trata-se, sim, de abordar o assunto com a propriedade de quem tem como função transmitir o conhecimento.

Para isso é preciso, em primeiro lugar, que a equipe escolar discuta o assunto abertamente e em conjunto. Sim, porque essa é a única maneira de assegurar aos alunos um trabalho coerente e crítico, assim como a construção dos princípios que nortearão o projeto político pedagógico de cada unidade escolar especificamente em relação à sexualidade e à educação sexual que quer colocar em curso.

Em segundo lugar, é preciso que cada escola providencie a formação necessária dos professores, orientadores, coordenadores e demais funcionários em relação ao tema. É bom lembrar que não bastam boas intenções para esse trabalho: é preciso estudo, consciência crítica e preparo para saber deixar de lado as posições pessoais, que todo mundo tem o direito a ter, no momento da ação educativa no espaço escolar.

Em terceiro lugar, a escola precisa constantemente lembrar que seu trabalho é com os alunos e não com os pais deles. São os mais novos que precisam de ajuda para crescer, se desenvolver e amadurecer e, desse modo, conseguir fazer escolhas próprias, com autonomia, mesmo que isso signifique ser diferente do que sua família quer e/ou espera. A escola tem feito muita confusão nesse sentido, já que tem escolhido tratar de questões delicadas dos alunos com os pais deles e não com os próprios.

Apesar da boa intenção dessa atitude, muitas crianças e adolescentes sofrem sérias consequências quando seus pais têm conhecimento, pela escola, de alguns comportamentos e atitudes dos filhos. Não são poucas as famílias que os castigam severamente nessas situações.

A escola pode oferecer alguma colaboração aos pais que, por exemplo, têm e sabem que têm filhos homossexuais. Trazer pessoas com expertise no tema, de preferência de fora da escola, para conversar com os pais a respeito de suas angústias e de seus receios e, principalmente, oferecer o espaço escolar para que os pais se reúnam e troquem experiências a respeito da educação familiar têm sido iniciativas de algumas escolas com bom aproveitamento. Entretanto, a escola assumir o papel de tentar educar os pais de seus alunos é gasto de tempo e de trabalho equivocado, já que o foco da escola são os mais novos.

Finalmente, num mundo em que a fronteira entre vida social e intimidade está desaparecendo, é importante que a escola forneça aos alunos a possibilidade de saber diferenciar a vida pública da vida privada, já que essa é uma importante condição do desenvolvimento saudável da sexualidade.

Fonte: www.cartacapital.com.br

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

As maiores lições são dadas pelos animais aos humanos.


Depois de perder os pais esse orangotango de três anos de idade estava tão deprimido que se recusava a comer e não respondia muito bem aos tratamentos e remédios. Os veterinários achavam que ele iria se entregar à morte. O velho cão foi encontrado perdido nos arredores do zoológico, e quando levado para dentro da sala de tratamento, se encontrou com o orangotango, e os dois se tornaram amigos inseparáveis desde então.

O orangotango encontrou uma nova razão para viver e
se esforça ao máximo para fazer seu novo amigo acompanhá-lo em suas atividades.

Eles vivem no norte da Califórnia e a natação é o esporte favorito de ambos,
embora Roscoe (o cachorro) ainda tenha um pouco de medo da água
e precise da ajuda do amigo para atravessar a nado.

Eles passam o tempo todo juntos e podemos ver, pelos sorrisos e risadas, o quanto são felizes.

Juntos descobriram o lado engraçado da vida e o valor da amizade.


Encontraram mais do que um ombro amigo para debruçar...


E viva a AMIZADE!!!  


As diferenças não são problemas!!!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Como fazer recuperação sem deixar de cumprir o programa

EM RECUPERAÇÃO
Todo estudante, em algum momento, apresenta
dúvidas. Isso faz parte do processo de
aprendizagem. A saída é enfrentar logo o
problema, diversificando as estratégias
de ensino.

Se um aluno não compreendeu um conteúdo, é preciso retomar os conceitos com novas atividades e estratégias - sem, é claro, deixar de seguir com o programa

Qualquer um conhece o esquema: no fim do ano, a escola dá a última chance aos que não alcançaram a nota mínima. Durante duas semanas, já devidamente rotulados de "aqueles com dificuldade de aprendizagem", eles têm de rever todos os conteúdos (juntamente com colegas das demais salas) e fazer uma prova. Quem tira nota boa passa de ano. Quem não tira é reprovado. Você acha que a recuperação funciona (só) assim? Esta reportagem indica um novo caminho - e mostra que é possível adotar uma concepção de ensino e de aprendizagem diferente da antiga visão de que, "se o estudante não sabe a matéria, o problema é (d)ele".

Já é amplamente conhecida a premissa de que todos podem aprender, sem exceção - e que cada um se desenvolve de um jeito próprio - e num ritmo particular. "Os professores sabem que a classe não responde de forma homogênea à apresentação de um conteúdo de estudo e que nem todos compreendem usando as mesmas estratégias cognitivas", explica Jussara Hoffmann, especialista em avaliação e professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O que fazer, então? Cipriano Luckesi, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sugere a seguinte abordagem: "Se, ao verificar quem aprendeu o quê, você percebe que um ou mais estão com dificuldade, é preciso repensar as estratégias e materiais para eles". Ou seja, para quem acredita que ninguém vai ficar para trás, a única saída é fazer a tal recuperação sempre.

A chave do processo é avançar e retroceder ao mesmo tempo. Quem atingiu o esperado tem de continuar aprendendo. E os demais não devem ser abandonados, certo? "É preciso trabalhar as dúvidas em atividades, dentro da própria sala de aula, assim que elas aparecem, em vez de deixar que se acumulem", reforça Maria Celina Melchior, professora da pós-graduação em Educação e coordenadora pedagógica da Faculdade Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre.

E mais. Como ainda estamos em setembro, é perfeitamente possível coordenar esforços para fazer com que todos avancem. O primeiro passo é diagnosticar, em detalhes, o que cada um sabe. Caso muitos tenham a(s) mesma(s) dificuldade(s), não pense duas vezes: é hora de retomar esse(s) conteúdo(s) de um jeito novo, pois a aula original provavelmente foi ineficaz. Se os problemas são diferentes, o segredo também é apresentar a matéria de forma a proporcionar aos que precisam a construção de outros caminhos. Uma boa estratégia, garantem os especialistas, é iniciar ou intensificar o trabalho em grupos.

Mas como retomar os conteúdos sem deixar de cumprir o programa? E como fazer tudo isso sendo apenas um professor dentro da sala? A resposta para essas e outras perguntas fundamentais quando se pensa em recuperação é o que você vai encontrar a seguir. Esclarecemos os 11 questionamentos mais comuns (do diagnóstico à lição de casa, passando pelas estratégias para garantir que o trabalho esteja dando resultado) para você e seus colegas ajudarem a cumprir o maior papel da escola: ensinar de verdade.

Leia mais:

Reportagens
Fonte: Revista Nova Escola

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A Evolução da Educação

Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia...
Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas...

Leiam o relato de uma Professora de Matemática:

Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.
Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.
Por que estou contando isso?
Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:

1. Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
(
)R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00. Está certo?
(
)SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2010:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
(
)R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

7. Em 2011 vai ser assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
(Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder).
(
)R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

E se um moleque resolver pichar a sala de aula e a professora fizer com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a professora provocou traumas na criança.

- Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável:


"Todo mundo está 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...
Quando é que se 'pensará' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"



Pior do que isso é ter de continuar ouvindo que o Brasil é o País do futuro. É
brincadeira!!!

Trabalho de Inglês

“Acredito que a construção do conhecimento acontece através da prática e da troca com o outro. Pensando nisso, são desenvolvidas constantemente em nossas salas de aulas atividades que possibilitem essa construção diária de aprendizagem, viabilizando a interação e auxiliando na formação de cidadãos conscientes e participativos.”

Professora Anne Shirley


sábado, 18 de setembro de 2010

O analfabeto político

Em época de eleições, sempre é bom lembrar do texto de Berthold Brecht*:



"O Analfabeto Político"

O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.




Lembre bem antes de votar!!!






*Berthold Brecht (1898-1956), dramaturgo e poeta alemão, era marxista. Suas ideias influenciaram profundamente o teatro contemporâneo. Seu trabalho como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.


Por Lima Júnior.


Fonte: Wikipédia.



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O governo Vargas e as ideias eugenistas

A política de branqueamento no Brasil está presente desde o período da Monarquia. Veja o que diz Maria Luiza Tucci: "Entre 1869 e 1870, o Conde de Gobineau esteve no Brasil e manteve intensa amizade com o imperador D. Pedro II, discutindo com ele a abolição e a política de imigração. Curiosamente, previu para menos de duzentos anos o desaparecimento dos habitantes brasileiros, condenados pelo crescente processo de miscigenação".

Com isso, o Estado brasileiro após a proclamação da República (1889), empreendeu uma política de branqueamento. Considerava que era necessário eliminar os "quistos étnicos" ( seriam inadequados ou indesejáveis aos interesses do governo os negros, indígenas, orientais, judeus, isto é, os "não-brancos"). Isso só iria começar a partir do momento em que chegaram os primeiros imigrantes ao Brasil, que vinheram obedecer aos aspectos econômicos imediatos dos latifundiários.

Durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), intensificaram-se as políticas restritivas à imigração de estrangeiros, sobretudo, aos judeus. "O governo Vargas achava que os judeus não eram "adequados" para a miscigenição", observa Fábio Koifman (UFRRJ, Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 5, nº 58, julho/2010).

As ideias eugenistas no país surgem a partir do momento em que se aprofundaram o debate , advindas de setores da elite, sobre o tipo de imigrante considerado desejável para preencher as lacunas do território nacional.

A palavra eugenia deriva do "grego eu (bom) e genesis (geração). Pretensa ciência fundamentada nas ideias de Francis Galton, conhecido pela descoberta das impressões digitais. Galton defendia a necessidade de o Estado formular um plano com o objetivo de selecionar jovens aptos a procriarem os mais capazes. Propunha a escolha de uma boa raça (a mais pura) ou o bom nascimento, chegando ao extremo de defender a esterilização de doentes, criminosos, judeus e ciganos. A eugenia incentivou experiências desse tipo no Terceiro Reich, que se propôs a elaborar um plano de purificação racial, marca do holocausto judeu", ressalta Maria Luiza Tucci (O racismo na História do Brasil: mito e realidade. Ática: São Paulo, 1994, p.22, Col. História em movimento).

Assim, as intervenções para o melhoramento das gerações futuras, ferem os princípios da Declaração do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto de 1789, onde diz que a "liberdade consiste em poder fazer tudo aquilo que não prejudique a outrem". Com isso, é perceptível no discurso dominante que negros, índios, orientais, judeus etc, eram considerados "raças inferiores". Por isso, foi posto em prática o branqueamento da nossa sociedade. Portanto, tais posturas e condutas foram muito mais que apenas discriminação ou preconceito racial, foram a violação dos direitos humanos.


Por José Lima Dias Júnior.