terça-feira, 16 de novembro de 2010

QUANDO CHEGA A HORA DE MUDAR?!

Mauro Alexandrino Marciel da Costa*

Ao enveredarmos pelos caminhos da educação nos deparamos como muitos elementos que de uma forma ou de outra nos deixam sem muitas perspectivas de melhorias, visto que no âmbito educacional os problemas são constantes e a apatia do dia-a-dia vai deixando que tudo isso se transforme em algo banal para a sociedade e conseqüentemente para os envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

Falar de problemas na educação não é nada atual, ao longo dos anos aprendemos a partir dos exemplos que essa área possui muitos, e, por esse motivo, grande parte dos novos profissionais não querem seguir nessa direção, pois é uma trajetória desgastante, estressante e mal remunerada. Visualizamos perfeitamente que a sociedade mudou, evoluiu, se informatizou, mudou paradigmas, trazendo para os entes sociais novas perspectivas de trabalho, novas relações sociais e um futuro mais competitivo e promissor.

Na educação as mudanças não ocorreram de forma tão rápida. Ainda estamos num processo de adaptação as essas mudanças que de uma forma ou de outra tem chegado ao ambiente educativo e nos posto em prática, em virtude de nossos alunos possuírem anseios, metas, sonhos, bem diferentes de alguns anos atrás. Isso tem deixado o setor educacional refém da modernidade. Esta tem apontado para um caminho e a educação para outro, sendo que esse impasse tem deixado mais resultados negativos do que positivos.

É notório que a educação precisa mudar; tentar se adequar de forma sistemática e rápida a efervescência da sociedade atual, mais esse processo não pode ocorrer de qualquer forma, pois nele estão envolvidos inúmeros elementos entre os quais podemos destacar a presença da família, a necessidade de melhores resultados, os índices de distorção série/idade, entre outros que interferem de forma direta e indireta nos resultados obtidos.

Nesse sentido faz-se necessário que os profissionais da educação desenvolvam posturas mais inovadoras, dinâmicas, que tentem criar uma relação de coesão entre teoria e prática, podendo direcionar essas ações para que possamos de fato conseguir os resultados almejados. A inquietação que o título do texto nos faz é algo que devemos pensar, pois se estamos em um ambiente de mutabilidade, qual o sentido de permanecermos estáticos, esperando que os problemas sejam resolvidos, que a apatia nos faça esquecê-los. Necessitamos de fato de atitudes (ações) coerentes que possam efetivamente transformar o contexto, a sociedade, e, isso só é possível através de uma educação universalizada e acima de tudo de qualidade.

* Mauro Alexandrino Marciel da Costa é Licenciado em Geografia e Especialista em Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, professor efetivo da Prefeitura Municipal de Mossoró, do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Faculdade do Vale do Jaguaribe – FVJ.

2 comentários:

  1. Caro Mauro,

    Escreves com maestria. Sabes que sou um admirador da sua verve. Nosso ofício, requer muito mais de nós: posturas, atitudes, sinceridade, prática e vocação, acima de tudo. Por isso, qual o projeto educativo para as futuras gerações? O que nós educadores queremos?
    Há muito tempo nós delegamos a escola um papel que é de todos. Assim, não podemos ter visões fragmentadas, a educação deve estar em contínuo movimento. Pena, que o maus educadores não querem... Por isso, a palavara (educação!) é que humaniza o homem, o sonho é que o define. Assim, é necessário verbalizar aquilo que sentimos. E, isso você expressa muito bem. Não sabem, os maus professores o quanto o olhar da infância nos ajuda a pensar o processo educativo. Há muitas vidas fora da escola, o que falta é nos apropriarmos dessas riquezas para podermos inseri-las nos projetos educativos.

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  2. Júnior,

    Sei que compactuas com meus ideiais e enseios. Por este motivo no momento em que escrevia esse texto lembrava dos profissionais que contribuiem para que a educação seja cada dia melhor, e, você é um dos tais.
    Não poderia deixar de destacar que quase tudo que sei se deve ao convívio com os alunos e com pessoas que me instigaram a lutar por um mundo mais justo e igual para todos.
    Falar de educação é algo tão sublime que não encontro palavras para explicar a sensação. As palavras e ideias fluem. Educar é algo que precisa ser encarado com mais seriedade e acima de tudo amor. Esse é o caminho para descobrirmos a verdadeira hora de mudar, seja de visão, de estratégias ou até de práticas. Obrigado pelos elogios.

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