quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A GEOGRAFIA DO VESTIBULAR

*Mauro Alexandrino Marciel da Costa

Quando se fala em vestibular, os alunos já começam a imaginar como eles enfrentarão essa etapa, uma vez que muitos nem estão preparados para o que virá pela frente. Uma tarefa bastante complicada nessa fase é a descoberta de sua preferência, ou seja, para que curso prestar vestibular. Falaremos especificamente neste texto da aplicação da geografia nos vestibulares.

Há algum tempo atrás os cursinhos e as escolas de Ensino Médio trabalhavam seus alunos numa perspectiva de que as provas de geografia seriam mais um conjunto de informações que se assimiladas poderiam facilitar a vida dos vestibulandos. Essa concepção perdurou por um longo tempo em que as questões traziam pouco enunciado e muita informação parecida, e, aqueles que não estivessem afiados errariam, pois as informações eram decoradas e não permitiam uma leitura mais profunda das questões.

Atualmente os vestibulares têm trago provas de geografia em uma outra perspectiva, a de que os alunos têm que dominar conceitos básicos da disciplina, mais acima de tudo devem interpretar o enunciado e raciocinar mais profundamente para poder encontrar uma resposta. Podemos comparar questões de cinco anos atrás com as atuais e traçar um perfil das mudanças que estamos falando.

Uma das questões de geografia do vestibular de uma universidade pública no ano de 2003 diz o seguinte: São exemplos de cidades comerciais do Nordeste: A) Natal, Salvador e Recife; b) Aracajú, Itabuna e Penedo; c) Campina Grande, Feira de Santana e Caruaru; d) Mossoró, Maceió e Fortaleza; e) Olinda, Natal e Fortaleza. Percebe-se que essa questão requer pouca leitura e interpretação, uma vez que traz informações secas, ou seja, informações que se não assimiladas anteriormente farão com que o aluno que presta vestibular possivelmente venha a errar. O próprio enunciado é bastante curto e direto.

Outra questão mais recente do ano de 2008 diz: “A mundialização do capitalismo, por conseguinte, é um fenômeno novo na economia. Segundo Ricardo Petrella, ele é formado por um conjunto de processos que possibilitam produzir, distribuir e consumir bens e serviços”. São exemplos dos referidos processos no trecho anterior , EXCETO: a) Mecanismos de valorização dos meios de produção e que sejam organizados em bases mundiais, como as patentes; b) Normas e padrões mundiais para mercados mundiais regulamentados ou em regulamentação; c) Fácil identificação de territorialidade cultural local em virtude das inúmeras inter-relações e integrações mundiais; d) Criação de organizações em bases mundiais com uma cultura de organização que seja aberta e tenha como meta uma estratégia mundial. Essa questão aponta no enunciado um conceito e para resolvê-la o aluno deve interpretá-la, além de utilizar os conhecimentos adquiridos na disciplina, procurando a resposta que satisfaça a questão. Bem diferente da primeira, a questão posterior não é seca, agrega um conjunto de informações e de conhecimentos que visam ser interpretados e entendidos para a obtenção da resposta.

Bem a geografia nos vestibulares vem sendo trabalhada de outra forma; bem mais didática e questionadora. Portanto estejamos alerta para cobrar das instituições de ensino as mudanças necessárias para um bom aproveitamento dos vestibulandos e a ampliação do conhecimento discutido na geografia e nas várias disciplinas.

Referências Bibliográficas - Questões Apontadas

LUCCI, Elian Álibi. Geografia: homem e espaço. São Paulo: Saraiva, 2000. Caderno de Atividades.

OLIVEIRA, A.U. de. Apud ROSS, J. L S. Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998, p.246.

* Mauro Alexandrino Marciel da Costa é Licenciado em Geografia e Especialista em Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, professor efetivo da Prefeitura Municipal de Mossoró, do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Faculdade do Vale do Jaguaribe – FVJ.

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