segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Livros custam R$ 87 mi por ano

O MEC repõe 16% das obras didáticas distribuídas a alunos das escolas públicas todos os anos

Brasília. Todos os anos, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia do Ministério da Educação (MEC) responsável pelos programas do livro didático, precisa repor em torno de 16% das publicações compradas para serem distribuídas a alunos do ensino fundamental e médio de escolas públicas do País.

A coordenadora do FNDE conta que algumas escolas escolhem um dia na primeira semana para encapar os livros junto com os alunos ou promovem gincanas no fim do ano premiando as turmas que tiveram o maior número de exemplares devolvidos. Os índices mais altos de má conservação, segundo o FNDE, são dos estados do Norte e Nordeste: 20% das obras precisam ser respostas anualmente. No Sul, esse patamar é de 10% e no Sudeste e Centro-Oeste, de 15%.

De acordo com a coordenadora-geral dos Programas do Livro, Sonia Schwartz, o índice está dentro do esperado e nunca será "zerado". Ainda assim, representa um gasto anual de R$ 87 milhões.

Os livros comprados pelo MEC e distribuídos às escolas públicas têm durabilidade prevista de três anos. A exceção são os exemplares destinados aos alunos do 1° ano do ensino fundamental para alfabetização, que são "consumíveis". "A reposição é natural. Sempre tem um livro que é extraviado, ou que molha, estraga ou o aluno perde", aponta Sonia. Ainda assim, ela alerta que as escolas precisam orientar os alunos para o bom uso do material - e dos recursos públicos.

O início das atividades escolares é um período propício para que a escola trabalhe com os alunos a importância de conservar bem as obras. Uma das estratégias adotadas é pedir aos pais que assinem um termo de compromisso quando o livro que é entregue no início do ano. Sonia diz que não há previsão de multa ou outra penalidade caso o material não seja devolvido ao fim do período letivo, mas ressalta que é importante a escola ter esse tipo de controle.

O procedimento é adotado pela Escola Classe da 206 Sul, em Brasília. Segundo a professora Erika Dinato, em geral os alunos "cuidam muito bem" do material. "Minha mãe encapa os livros todo ano. A professora fala sempre para não riscar e ele fica aqui na escola, na estante. A gente só leva para casa quando tem dever", conta Suelen Kriebel, aluna do 4° ano do ensino fundamental.

Sônia Guedes, também professora da escola, conta que um argumento forte para convencer os alunos a conservarem os livros é que no ano seguinte ele será utilizado por um colega. "A gente diz que no ano seguinte o livro vai de um irmão mais novo. A maioria tem irmão na escola e quando é ele quem vai usar no ano que vem os alunos têm o maior cuidado", afirma.

Fonte: Diário do Nordeste - Ediçao do dia 14/02/2011.

3 comentários:

  1. Prof. Mauro,

    É preciso, urgente, se ter uma campanha que conscientize os nosso alunos quanto a conservação, cuidado e zelo pelo livro didático.

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  2. Sou a favor do livro didático e acho que o nosso povo precisa ler cada vez mais. O problema é que muitas escolas não orientam adequadamente os alunos para fazer um bom uso desse material. São muitas licitações e recursos públicos que vão para o ralo. Os maiores beneficiados são sempre as grandes editoras, que ganham rios de dinheiro e tem no próprio governo o seu maior cliente. Fora as mutretas, de quem faz essas licitações. Que haja muita fiscalização.
    Abraço a todos!

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  3. Sim, isso prof. Adinalzir é um fato verídico, e, o pior de tudo é que nossos alunos ainda vivem com a ideia de que esse material é gratuíto, não percebendo que todo o dinheiro gasto com os mesmos vem dos impostos que seus pais pagam nas contas do dia-a-dia. Precisamos criar mecanismos que combatam essa destruição desenfreada dos livros didáticos, afinal somos nós o mais prejudicados nesse processo.

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