quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A difícil arte de viver em comunidade


Desde a infância, começamos a aprender como conviver bem com os outros. Em nossos lares descobrimos que para se conseguir conviver bem com as pessoas à sua volta é preciso antes de tudo respeitar o direito do outro, independente de quem ele seja, se um filho, um irmão, um amigo ou um vizinho.

A regra é antiga e clara: nosso direito termina onde começa o do outro. Assim, por exemplo, eu posso fazer uma festa e ouvir música alta, desde que as outras pessoas, que também a estiverem ouvindo, gostem de som alto e do estilo da música. Nesse momento, é bom pensarmos nos nossos vizinhos e não só naquele que se encontra no mesmo ambiente onde a música está tocando.

Se vivêssemos como ermitões, não precisaríamos nos preocupar. Porém, como vivemos em comunidade é um pouco diferente. Precisamos aprender a agir de forma a não prejudicar o outro. É importante, também, nos acostumarmos a tratar a todos educadamente.

As leis tratam de assuntos mais graves, tais como matar e roubar. Porém, todos têm outros direitos além do direito à vida e à suas propriedades. Quando falamos de vida precisamos incluir o machucar o outro e não só matar, portanto ninguém tem o direito de bater em outra pessoa. E quando falamos de propriedade é bom lembrar que estragar de qualquer forma, aquilo que não é seu, inclui, por exemplo, pichar um muro, arranhar um carro, e várias outras coisas.

Também é preciso que tratemos os outros não da forma que queremos ser tratados, mas sim da forma que eles gostariam de ser tratados. Pode ser que o gosto dos outros seja diferente do nosso.

Se possível, procure seguir algumas regras de boa convivência no seu dia a dia:

• Não economize sorriso: de todas as moedas circulantes no comércio da vida, o sorriso é a que compra maior porção de alegria pelo menor preço.
• Por falar nisso, não compre briga porque sai caro.
• Seja otimista. Quem vê tudo na existência pelo lado sombrio do derrotismo raramente cruza com amigos na rua, porque a maioria deles dobra a esquina para escapar do encontro.
• Seja alegre e comunicativo. Um “bom dia”, um “alô” custa pouco e rende muito.
• Seja simples e modesto. Se você possui qualidades “notáveis”, cedo ou tarde as pessoas notarão isso, como também descobrirão suas imperfeições.
• Seja um bom conversador deixando com que os outros falem mais.
• Procure ouvir as pessoas ou avaliar a situação antes de emitir um julgamento.
• Interesse-se pelos outros. Só assim eles acharão você interessante.
• Tenha coragem para assumir decisões. Principalmente assuma o que fez.
• Assegure-se que as informações sejam claras, completas, transparentes e bem recebidas pelo outro.
• Compreenda que as pessoas que pensam de outra forma, estão sinceramente convencidas de que o errado é você.
• Faça aos outros, em lugar de críticas, quantos elogios puder fazer honestamente. As pessoas de um modo geral adoram ouvi-los e quando os recusam talvez no fundo esperem ser elogiados por isso.
• Com os inimigos, declarados ou gratuitos, mantenha a sobriedade do cavalheirismo. Não fale mal por trás nem perca uma oportunidade de reconciliação, dando o primeiro passo, pois nada lhe garante que no dia seguinte um deles não seja a única pessoa capaz de “salvar a sua vida”.

Para concluir, deixo mais uma dica: pergunte-se: como você gostaria de ser lembrado quando não estiver mais aqui? O que dirão de você? Pense no que disse Chico Xavier: Comece, hoje, a escrever um novo roteiro para sua vida, porque se não podemos voltar atrás e fazer um novo começo, podemos começar, agora, a fazer um novo fim.

Por Sonia Jordão
Sonia Jordão é especialista em liderança, palestrante e consultora organizacional. Autora do livro: “A arte de Liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”, e dos romances corporativos: “E agora, Venceslau? - Como deixar de ser um líder explosivo” e "E agora, Lívia?

Um comentário:

  1. Uma das principais características do nosso tempo é a falta de respeito nas relações entre as pessoas e destas com o meio onde vivem. Um rápido passeio pelas ruas de uma cidade como o Rio de Janeiro é o suficiente para um olhar sensível e observador detectar, em meio ao turbilhão de cenas que o cotidiano se encarrega de banalizar, flagrantes que evidenciam a impressionante incapacidade demonstrada pelas pessoas de desfrutar de uma saudável vida em sociedade. Parece que abrimos mão, em definitivo, das prerrogativas da civilização e optamos por um retorno à idade da pedra, quando o homem, ainda na sua compleição primitiva, não dispunha de muitos atributos além do instinto e da força física. Por isso é preciso cada vez mais aprender a viver em comunidade.
    Um grande abraço!

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