" Acho que a vida humana não se mede nem por batidas cardíacas nem por ondas carebrais. Somos humanos enquanto estiver acesa em nós a chama da esperança da alegria. Desfeita a esperança da alegria, a vida perde o sentido. É isso que desejo quando acendo a minha vela. Peço aos deuses que me levem quando a chama da esperança da alegria se apagar". (Rubem Alves, Desfiz 75 anos, Papirus Editora, 2009).
Insiprado nas ideias Rubenianas desejo que nossas práticas cotidianas sejam repletas da esperança da alegria, pois sem ela não somos capazes de continuar e seguir em frente nessa árdua e prazeiroza tarefa que escolhemos, ensinar. Que essas estejam de acordo com nossas convicções de um mundo mais justo, mais humano e mais sério. Devemos educar nossos alunos como se estivéssemos educando nossos filhos, afinal eles de uma certa forma o são. Ensinar significa muito mais do que cumprir a aula e o calendário semanal e letivo, é por consequência algo muito mais profundo e complexo do que imaginamos. Pensemos com o mestre Rubem, e, não esqueçamos jamais que nossas vidas, nossas ações dependem muito de nossas ideologias, de nossas leituras e de nosso encantamento pela tarefa que realizamos diariamente. Nossa satisfação enquanto mestres só será possível se cultivarmos a esperança da alegria. Sem ela seremos meros espectadores e espactadoras na terra do Peter Pan, perdidos tentando encontrar o caminho e esquecendo que se não temos um caminho claro, nossos alunos estarão em maus lençóis. Nunca deixe sua vela apagar! Pensem nisso caros colegas educadores.
Mauro Marciel....
Mauro Marciel....
Caro Mauro,
ResponderExcluirSeu texto é conciso. Hoje, o sistema educacional passa por uma crise de valores, fruto de anos de leniência, isto é, da excessiva tolerância por parte dos gestores e educadores. Por isso, quando conduzimos de forma errada nossas práticas pedagógicas, nossos alunos podem achar que o modelo desregrado é o que deve ser seguido. É papel da Escola transmitir valores. Portanto, "Ser professor é assumir (...) as premissas essenciais de sua prática como sua própria essência pessoal", observa Márcia Tiburi (escritora e filósofa). Ainda acrescenta que, "É professor aquele que interiorizou uma prática e se fez a partir dela".
Gostaria caro amigo Júnior que todos os professores pudessem interiorizar essa mensagem mostrada nas palavras do mestre Rubem Alves, e, que tentassem colocar em prática muitas das coisas relatadas nesse texto.
ResponderExcluirInteriorizar as práticas e se fazer a partir delas é um pouco dificil e árduo, talvez seja por isso que vivemos um declinio educacional em nosso país e em todo o mundo. Pena que muitos de nós ainda não acordamos para esse realidade. Mas como diz uma conhecida temos que ter paciência e esperar, pois o processo é lento.
A Escola Pública, Hoje!
ResponderExcluirA escola pública (com raras exceções) vem ao longo dos anos transmitindo formas de justificação, que tem levado os alunos a aceitarem, com docilidade, sua condição de mau desempenho, falta de habilidade etc, o que torna presa fácil ao sistema ideológico dominante.
Assim, ela, atua no interesse da estrutura de conservação, manutenção e perpetuação da ideologia dominante, uma vez que os alunos sofrem uma violência da "ação pedagógica" por parte de educadores que insistem em manter a prática do "ato do faz de conta", onde o prfessor finge que ensina e o aluno finge que aprende, estabelecendo desta forma o chamado "pacto da mediocridade". Esse tipo de mecanismo ou instrumento educacional, tem procurado "bloquear a tomada de consciência da classe estudantial. A educação (isto é, a escola) deve ser encarada como um "fator essencial e constitutivo da própria sociedade".
O aluno só será capaz de compreender a realidade social ou o seu percurso histórico em curso, quando ele atuar como elemento funcional do sistema societário, ou seja, da sociedade.
A escola contribui, pois, de maneira direta, para manutenção e reprodução dos pressupostos dominantes. Essa dominação, também, se dá pela "palavra", já que na Escola os educadores reproduzem os discursos dominantes mantendo às regras de ordens estabelecidas, inalteradas. Assim, a escola é vista como aparelho ideológico do Estado, ou seja, está a serviço dos interesses das classes dirigentes.
Mas se aceitarmos tal sistema educacional, que tipo de escola pretendemos construir? Uma escola singular ou uma escola plural? Onde seja posta em prática a formação e perpetuação da falsa consciência, impedindo que nosso alunado tornen-se cidadãos criticos, que caminhe para a construção de sua racionalidade plena. O que falta em nós educadores é uma postura mais responsável, onde a falta de compromisso nos impedem de construir uma ação emancipatória da educação. Por isso, a educação deve ser vista como um instrumento de libertação. Ou seja, o processo educativo não consiste num mero somatório de notas.
Não convém a escola (pública ou privada) ter como função estratégica a conservação das estruturas dominantes. Sua função principal deve ser destinada a funcionar como argamassa da formação social. Partindo desse pressuposto, iremos elaborar um conceito emancipatório de educação, em que uma pedagogia de libertação possa assumir força política, diante dos instrumentos de dominação e reprodução que as relações dominantes nos impõe.
Texto escrito em 28 de agosto de 2005.