Componente curricular:
Geografia
Professor: José Lima
Dias Júnior
Colaboradores: Assis
Amorim, Elisabeth Marques e Hugo Arnaud
Figura 1
- Assis Amorim (Zuzinha), apresentando a Fazenda Pereiro.
INTRODUÇÃO
A educação ambiental é uma disciplina
fomentadora de pressupostos teórico-metodológicos quanto aos princípios e
práticas voltados para uma sociedade sustentável.
Durante toda nossa vida nos beneficiamos
do Meio Ambiente sem preocupação de preservar os recursos que ele nos oferece,
devido a esse uso indiscriminado muito já foi destruído causando sérios danos e
diminuindo a qualidade de vida do ser humano, faz-se necessário que a escola
proponha novos caminhos que leve a uma nova relação com a natureza.
À medida que compreendermos que a
manutenção e preservação dos ecossistemas só serão possíveis a partir de uma
nova mentalidade que eduque e modifique os hábitos, e que as pessoas possam ir
além do discurso, relacionando-se de forma mais responsável e saudável com o
meio ambiente, assim, conseguiremos minimizar os efeitos provenientes desse
impacto.
O
que são áreas de preservação permanente (APPs)?
Segundo o atual Código Florestal, Lei
nº12.651/12:
Art.
3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
(...)
II
- Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico
de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações
humanas.
Áreas de preservação permanente (APP),
assim como as Unidades de Conservação, visam atender ao direito fundamental de
todo brasileiro a um "meio ambiente ecologicamente equilibrado",
conforme assegurado no art. 225 da Constituição. No entanto, seus enfoques são
diversos: enquanto as UCs estabelecem o uso sustentável ou indireto de áreas
preservadas, as APPs são áreas naturais intocáveis, com rígidos limites de
exploração, ou seja, não é permitida a exploração econômica direta.
As atividades humanas, o crescimento
demográfico e o crescimento econômico causam pressões ao meio ambiente,
degradando-o. Desta forma, visando salvaguardar o meio ambiente e os recursos
naturais existentes nas propriedades, o legislador instituiu no ordenamento
jurídico, entre outros, uma área especialmente protegida, onde é proibido
construir, plantar ou explorar atividade econômica, ainda que seja para assentar
famílias assistidas por programas de colonização e reforma agrária.
Somente órgãos ambientais podem abrir
exceção à restrição e autorizar o uso e até o desmatamento de área de
preservação permanente rural ou urbana, mas, para fazê-lo, devem comprovar as
hipóteses de utilidade pública, interesse social do empreendimento ou baixo
impacto ambiental (art. 8º da Lei 12.651/12).
As APPs se destinam a proteger solos
e, principalmente, as matas ciliares. Este tipo de vegetação cumpre a função de
proteger os rios e reservatórios de assoreamentos, evitar transformações
negativas nos leitos, garantir o abastecimento dos lençóis freáticos e a
preservação da vida aquática.
JUSTIFICATIVA
Engajados na preservação do meio
ambiente com foco na manutenção dos ecossistemas (especialmente, do bioma
caatinga), os alunos da Escola Municipal Genildo Miranda
visando estabelecer uma relação entre a teoria (fundamentação através dos
principais conceitos: bioma, ecossistema,
ecologia, meio ambiente, degradação ambiental, ética ecológica, preservação e
sustentabilidade) e a prática (aplicação dos conceitos na área visitada)
visitou a Área de Preservação Permanente
(APP) na Fazenda Pereiro, localizada
na comunidade rural do Lajedo, Mossoró/RN.
Figura 2
- Chegada dos alunos a APP.
Neste sentido, nos pautamos numa
proposta didático-pedagógica que possibilite aos educandos um conhecimento que
perpasse pela subjetividade do imaginário e que através da Geografia escolar possa fazê-los compreender a comunidade, a
cidade, o pais e o mundo para obter informações a seu respeito; conhecer o
espaço produzido pelo ser humano e a relação da sociedade com a natureza;
fornecendo condições para sua formação para sua cidadania.
Acredito que refletir criticamente
sobre as nossas atitudes, repensar hábitos e comportamentos, e, colocar em
prática é um dos maiores desafios para a educação ambiental contemporânea.
Contudo, para termos comportamentos
ambientalmente e socialmente corretos é necessário, antes de tudo, estarmos
fundamentados numa ética universal, o que se refletiria em executar um
desenvolvimento voltado para a sociedade sustentável proporcionando uma melhor
qualidade de vida que, ao mesmo tempo, conserve a diversidade dos ecossistemas.
Entretanto, a educação deve se
apresentar como “ação política”, como presume Paulo Freire. Por isso, cada
indivíduo precisa compreender que é parte integrante da natureza e que através
de nossas ações podemos modificar o que está a nossa volta, interagindo
igualmente e compartilhando os mesmos direitos e deveres.
Figura 3
– Aplicando, in loco, os conceitos vistos em sala de aula.
Entretanto, a educação deve se
apresentar como “ação política”, como presume Paulo Freire. Por isso, cada
indivíduo precisa compreender que é parte integrante da natureza e que através
de nossas ações podemos modificar o que está a nossa volta, interagindo
igualmente e compartilhando os mesmos direitos e deveres.
O grande desafio ambiental que se
apresenta neste novo milênio é de criarmos uma ética ecológica que contemple um
comprometimento com a diminuição da destruição dos ecossistemas, das
desigualdades sociais, assim como da promoção dos valores humanistas.
OBJETIVO
GERAL
Despertar nos alunos a consciência
para que possam não apenas agir corretamente no processo de preservação só meio
ambiente, como também ser um colaborador dessa consciência junto as suas
famílias e a comunidade.
OBJETIVO
ESPECÍFICOS
Ø
Estimular
a conscientização a respeito do Meio Ambiente e da importância da sua
preservação, assim como da necessidade do reaproveitamento do lixo por meio da
reciclagem.
Ø
Levar
o aluno a refletir o que provoca de fato o impacto ambiental e que as
alterações no meio ambiente causam o desequilíbrio das relações que compõe o
ambiente impedindo a capacidade de vida nos mais diversos ecossistemas
considerados.
Figura 4
- Aroeira (Schinus terebinthifolius), uma das árvores símbolos da Caatinga.
Em se tratando da construção de uma
‘ética ecológica’ – segundo Junges (2004, p. 57), é “a responsabilidade ética
de preservar a qualidade do ambiente (...).” Ou seja, “(...) sua preservação é
uma exigência ética, porque depende da decisão humana.” Está é à base da ética
ambiental. Assim, é preciso que façamos o uso da ética, enquanto algo que
expresse hábitos e ações que visem o bem comum, que também indique o melhor
modo de viver no cotidiano e na sociedade. Portanto, não podemos esquecer que a
ética é parte da cultura de um povo.
Figura 5
- Tanque natural que serve como reservatório d'água para a fauna existente.
ANEXOS
Figura 6
- Há uma grande concentração de Calcário Jandaíra, rocha sedimentar com
formação geológica entre 93 a 89 milhões de anos atrás.
Figura 7
- Raiz arbórea impondo sua força diante da solidez do sedimento rochoso.
Figura 8
- Uma das cavernas da APP.
Figura 9
- Prof. Hugo Arnaud e Assis Amorim, funcionários da escola.
Figura 10
- Casa sede da Fazenda Pereiro. Assis Amorim, Prof. Júnior e Elisabeth Marques,
supervisora escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que ocorra de fato a
sustentabilidade, isto é, de uma relação harmônica entre o homem e a natureza é
necessário que haja uma sustentabilidade social, econômica e cultural se
pensamos preservar o meio ambiente. Porém, isso só existirá mediante mudanças
de atitudes, valores, comportamentos e objetivos, além de uma postura ativa e
ética nas nossas ações diariamente. Em outras palavras, as relações estão
envolvidas em um fazer orgânico: é viva e mutável.
A APP da Fazenda Pereiro é uma área de
grande relevância ecológica e beleza cênica, com potencial para turismo
sustentável, científico e pedagógico.
A partir dos levantamentos feitos
pelos alunos ficou patente que as APP’s visam um “meio ambiente ecologicamente
equilibrado”. Que elas são guardiãs do bioma caatinga.
Em contato com a natureza, os alunos
observaram que a vegetação da caatinga apresenta espécies xerófitas (com formação seca e espinhosa) e caducifólias (que perdem as folhas em determinada época do ano).
Quanto à flora local foi possível constatar extratos arbóreos, arbustivos e
herbáceos com alturas variando entre 12 e 2 metros. Dentre elas podemos
destacar a aroeira, angico, juazeiro, umburana, pau-branco, pau-de-leite,
catingueira e jurema.
Por se tratar de uma unidade de
proteção ambiental, percebemos que o proprietário da fazenda não permite
qualquer tipo de exploração dos recursos naturais. Durante a visitação
constatamos que a área preservada não continha nenhum tipo de poluente, isto é,
da presença de lixo. Segundo relato do gerente, todo o lixo produzido pelos
moradores da fazenda é coletado e levado para o aterro sanitário, o que
demonstra consciência ecológica por parte do proprietário.
Em relação à forma alunos apreendem o
meio ambiente (qualidade de vida, degradação e preservação ambiental) é
necessário observarmos o pensamento de José Roque Junges quando diz que:
“O modo de perceber o mundo e de
entender o lugar do ser humano nele deve mudar. Portanto, não se trata de uma
ética como elaboração de normas e imperativos, mas de uma total conversão e
excelência moral. O modelo de ser humano egoico, compreendido como indivíduo
isolado e separado do mundo, transformando a natureza em objeto que se encontra
a seu dispor, cria patologias ambientais correspondentes a patologias
psicológicas, pedagógicas e sociais (2004, p. 22).”
Se lançarmos um olhar para trás sobre
todos os esforços empreendidos pelo ser humano até agora, percebe-se o quanto é
essencial e urgente à instituição de uma nova
ética da responsabilidade que não
coloque em risco a existência do homem no presente ou que não demonstre nenhuma
preocupação com o futuro da humanidade.
As relações estabelecidas entre o
homem e os demais seres vivos devem ser alteradas para que haja um equilíbrio
entre todos. A partir do olhar ético o fenômeno da vida segue seu curso normal,
onde ambos os seres se entrelaçam formando uma rede para, assim, inaugurar “um
paradigma de pertença e de integração, de interdependência e de
interconectividade” (OLIVERIA e BORGES, 2008, p. 47).
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor
Nathan, proprietário da Fazenda Pereiro, e a “Zé”, gerente da referida
propriedade rural.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
FREIRE,
Paulo. Política e educação. São
Paulo: Cortez, 2001. (Coleção Questões de Nossa Época; v. 23).
GUIMARÃES, Mauro. A Dimensão Ambiental na Educação. Campinas: Papirus, 2007 (Coleção
Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
JUNGES, José Roque. Ética ambiental. São Leopoldo: Unisinos, 2004.
OLIVEIRA, Jaelson Roberto de, SANTOS,
Wilton Borges dos. Éitca de Gaia: ensaios
de ética socioambiental. São Paulo: Paulus, 2008 (Coleção Ethos).
Nenhum comentário:
Postar um comentário